No sul - Friedrich Nietzsche

Eis-me suspenso a um galho torto
E balançando aqui meu cansaço.
Sou convidado de um passarinho
E aqui repouso, onde está seu ninho.
Mas onde estou? Ai, longe, no espaço.

O mar, tão branco, dormindo absorto,
E ali, purpúrea, vai uma vela.
Penhascos, idílios, torres e cais,
Balir de ovelhas e figueirais.
Sul da inocência, me acolhe nela!

Só a passo e passo - é como estar morto,
O pé ante pé faz o alemão pesar.
Mandei o vento levar-me ao alto,
Aprendi com pássaros leveza e salto -
Ao sul voei, por sobre o mar.
[...]

Nenhum comentário:

Postar um comentário