Bucólica Nostálgica - Adélia Prado

Ao entardecer no mato, a casa entre
bananeiras, pés de manjericão e cravo-santo,
aparece dourada. Dentro dela, agachados,
na porta da rua, sentados no fogão, ou aí mesmo,
rápidos como se fossem ao Êxodo, comem
feijão com arroz, taioba, ora-pro-nobis,
muitas vezes abóbora.
Depois, café na canequinha e pito.
O que um homem precisa pra falar,
entre enxada e sono: Louvado seja Deus!

5 comentários:

  1. Esta poesia sempre steve entre meu textos poetico por alguma razão.
    Hoje reconheço que a região da Ermida (Santo Antõnio dos Campos)onde nasci e moro, ainda tem muito desses belos versos.
    Quem já visitou a Serra das Perobas,a Serra Tocas, Serra Negra sabe do que estou falando.
    Êta, cerrado bonito que protege gente, bicho, crenças e muito mais...
    Amei as fotos a arte desse site(sítio).

    Beijos
    Cida

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  2. Lindo o que você escreveu, Cida!
    Bendito seja esse cerrado e que continue a proteger
    gente, bicho, crenças e muito mais...

    Amém.

    Seja bem-vinda!
    Beijos :)

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  3. Daqui,
    lhe envio os belos segredos dos ventos mornos de outono...
    as esperanças de um inverno quente...
    e os gritos de nossa gente!!!
    E mais essas belas palavras de Thiago de Mello

    "Sonho domado

    Sei que é preciso sonhar.

    Campo sem orvalho, seca
    A frente de quem não sonha.

    Quem não sonha o azul do ví´o
    perde seu poder de pássaro.

    A realidade da relva
    cresce em sonho no sereno
    para não ser relva apenas,
    mas a relva que se sonha.

    Não vinga o sonho da folha
    se não crescer incrustado
    no sonho que se fez árvore.

    Sonhar, mas sem deixar nunca
    que o sol do sonho se arraste
    pelas campinas do vento.

    sonhar, mas cavalgando
    o sonho e inventando o chão
    para o sonho florescer".
    (Autor: Thiago de Mello)

    E este site(sítio) continua que é só beleza, canto e muito mais...

    Com arinho:

    Cida

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  4. Cida, os ventos mornos de outono me aquecem neste final de tarde
    enquanto leio palavras tão carinhosas e transbordando poesia.
    Você é uma poeta ( prefiro o poeta a poetisa).
    Minha alma agradece feliz.
    Adoro Thiago de Mello e este poema, este verso...
    "Quem não sonha o azul do voo, perde seu poder de pássaro...”

    Abraço com carinho :)

    ‎"Se ouvíssemos atentamente o vento,
    sentiríamos o abraço do universo em cada brisa." C.Torres

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