Soneto do anjo de maio - Ruy Espinheira Filho


Então, em maio, um Anjo incendiou-me.
Em seu olhar azul havia um dia
claro como os da infância. E a alegria
entrou em mim e em sua luz tomou-me

o coração. Depois, suave, guiou-me
para mim mesmo, para o que morria,
em meu peito, de olvido. E a noite, fria,
fez-se cálida — e a mágoa desertou-me.

Já não eram as cinzas sobre o Nada,
mas rios, e ventos, e árvores, e flamas,
e montes, e horizontes sem ter fim!

Era a vida de volta, resgatada,
e nova, e para sempre, pelas chamas
desse Anjo de maio que arde em mim!


2 comentários:

  1. Olá, querida. Gostei muitíssimo do seu blog. Já o sigo. Caso tenha interesse, deixo o endereço do meu: http://lugardoleitor.blogspot.com.br/

    Abraços!

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  2. Obrigada, João!

    Seja bem-vindo! Logo visitarei seu blog.

    Abraços

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