O tempo é um fio - Henriqueta Lisboa

O tempo é um fio
bastante frágil
Um fio fino
que à toa escapa.

O tempo é um fio.
Tecei! Tecei!
Rendas de bilro
com gentileza.

Com mais empenho
tranças espessas.
Malhas e redes
com mais astúcia.

O tempo é um fio
que vale muito.

Tranças espessas
carregam frutos.
Malhas e redes
apanham peixes.

O tempo é um fio
por entre os dedos.
Escapa o fio,
perdeu-se o tempo.

Lá vai o tempo
como um farrapo
jogado à toa.

Mas ainda é tempo!

Soltai os potros
aos quatro ventos,
mandai os servos
de um pólo a outro,
vencei escarpas,
voltai com o tempo
que já se foi!...

4 comentários:

  1. Já dizia alguém: "A verdade é filha do tempo e não da autoridade".
    O tempo, julgo eu, é pai de muitas virtudes e foi ricamente personificado no teu majestoso poema. Parabéns querida poetisa! Tens uma alma nobre e belíssima! As palavras fluem do teu intelecto, tão naturalmente quanto as águas de um rio, e como uma paródia das àguas fluviais correm para o mar, as tuas palavras desembocam dirweto no coração, aflorando a sensibilidade de quem as lê. Um carinhoso abraço

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  2. Olá, José Anchieta!
    Agradeço o comentário.O poema não é meu, eu apenas postei.
    Parabéns à poetisa Henriqueta Lisboa.
    Abraço

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  3. Olá Nádia, como vai ?
    Como você gostou do poema da Henriqueta, queria saber o que você entende sobre ele se fosse possível.
    Grata.

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  4. Oi, anônimo!
    É possível. Escreva para meu e-mail que responderei pra você.
    2001.nadiafurlan@gmail.com

    Abraço

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