Palavras em forma de redemoinho - Octavio Paz



Abro a janela
que dá
pra nenhuma parte
A janela
que se abre para dentro
O vento
levanta
instantâneas levíssimas
torres de poeira giratória
São
mais altas que esta casa
Cabem
nesta folha
Caem e se levantam
Antes que digam
algo
ao dobrar a folha
se dispersam
Torvelinhos de ecos
aspirados inspirados
por seu próprio girar
Agora
abrem-se noutro espaço
Dizem
não o que dizemos
outra coisa sempre outra
a mesma coisa sempre
Palavras do poema
não as dizemos nunca
O poema nos diz.

2 comentários:

  1. JULIA CARDOSOjunho 15, 2011

    OI TIA NADIA ,
    TUDO BEM COM VC ??
    NOSSA ADOREI SEU BLOG!!!
    MUITO LEGAL ADOREI AS POESIAS , ACHEI UM MAXIMOOO..
    SOU EU A JULIA DO 6 ANO B BJSSSSS

    ResponderExcluir
  2. Adorei sua visita, Julia!
    As poesias estão aqui pra você.
    Até amanhã na escola.
    Beijos :)

    ResponderExcluir