Tenho sede de infinito - Rabindranath Tagore



Não tenho descanso. Tenho sede de infinito.
Minha alma desfalecente aspira aos remotos desconhecidos.

Grande além!
Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!

Esqueço, esqueço sempre que não tenho asas para voar,
que vivo eternamente preso à terra.

A minha alma arde e o meu sono foge.
Sou um estrangeiro num país estranho.

Tu murmuras ao meu ouvido uma esperança impossível.
O meu coração conhece a tua voz como se fosse a sua própria voz.

Grande desconhecido!
Ah o canto dolorido da tua flauta chamando!

Esqueço, esqueço sempre que não tenho o corcel alado.
Não consigo encontrar o sossego,
sou um estrangeiro em meu próprio coração.

Nas brumas batidas de sol das horas lânguidas
que imensa visão de ti me aparece contra o azul do céu!

Grande irreconhecível!
Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!

Esqueço, esqueço sempre que na casa em que habito sozinho,
todas as grades estão fechadas.

Um comentário:

  1. O desassossego poderá ser devastador, mais a mais quando "todas as grades estão fechadas".

    Beijo :)

    ResponderExcluir