Luar - Cecília Meireles



Face do muro tão plana,
com o sabugueiro florido.
O luar parece que abana
as ramagens na parede.
A noite toda é um zumbido
e um florir de vagalumes.
A boca morre de sede
junto à frescura dos galhos.
Andam nascendo os perfumes
na seda crespa dos cravos.
Brota o sono dos canteiros
como o cristal dos orvalhos.


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