Confissão - Nuno Júdice



De um e outro lado do que sou,
da luz e da obscuridade,
do ouro e do pó,
ouço pedirem-me que escolha;
e deixe para trás a inquietação,
a dor,
um peso de não sei que ansiedade.

Mas levo comigo tudo
o que recuso. Sinto
colar-se-me às costas
um resto de noite;
e não sei voltar-me
para a frente, onde
amanhece.


2 comentários:

  1. Lindo"Voltar-me para a frente, onde amanhece".
    Andei um pouco sumida, cuidando de minha mãe que esteve adoentada. O blog ficou mais lindo ainda,adorei , Parabéns.bjs.

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  2. Muito bonito esse poema do Nuno Júdice. As palavras pesando de lucidez.
    Abçs,

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