A roda - Rosália Milsztain



A roda enferrujada do dia
roda lentamente
meu desejo insatisfeito
adoecendo os sentidos

A roda gasta do dia
deglute com cegos dentes
a semente
o amor que poderia

A chuva fria do ferro envelhecido
entristece o futuro e o
presente

E essa dor atemporal se estende
sem cura no metal ruído
polui a alvura de fluidos permanentes
que não passam
que não passam.

Um comentário:

  1. Os lamentos, sempre encontram rimas inéditas, que se aprofundam, tornando dor em pedra, pedra em líquido, metal em sons, no amor que poderia...
    Diamantes encontro aqui. Um grande abraço minha amiga.

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