Semblante triste à lua - Eric Ponty



I

Semblante triste à luz da nesga lua,
ruído tocar dos olhos toam da rua,
tangida branca rês rubor da tarde,
dum majestoso passo ardor alarde.

Ébria da sebe fez pascer da face,
dum pensamento tons se partem nasce,
excetas cenas verve no crepúsculo,
sonhada luz raiz que cede opúsculo.

Do majestoso céu reluz penhor,
amada culto fio tremor da dor,
mágoas sãs pendem cimos do pendor.

Se do penar contigo frio faz findo,
nasce alarido céu findar dos hinos,
ó doiro fonte, lousa cimos vindos.

II

Fatiga sobre prados vistos montes,
é dum sonoro ou vão silente lied,
dores do espírito, ave efêmero ente,
por ela, os homens sós aceitam são.

Bela ave brandem tempos vão mutáveis,
saberão mundo ficou mais ainda
que inutilmente, quando voz pisou,
quando por ela andou bravio estame.

Lamento desse instante existe vão,
não vou contente nem me vou infeliz,
é minha sina está traçado estio.

Matérias dão coisas vagas tarde,
não sinto néctar nem martírio mar,
Usurpo noites, dias na quadra areias.




Nenhum comentário:

Postar um comentário