Tristeza das mãos - Helena Kolody


Choram em silêncio a dor de envelhecer.

Foram um dia a graça inocente
De um berço num lar.

Pálidas mãos, sulcadas de renúncias!

Foram jovens e belas,
Confiantes em si mesmas, todo-poderosas.

Tímidas mãos que se apagam na sombra!

Mãos feitas de luz, intrépidas e leais,
Solícitas e compreensivas,
Ternas mãos maternais.

Velhas mãos solitárias,
Como dói recordar!



2 comentários:

  1. A velhice as vezes me assombra. É esse espaço de guardar lembranças, como se o presente fosse oco, não contasse. Não quero envelhecer assim vivendo de lembranças, quero estar presente, ainda ser chama. É tão difícil não estar mais inserida no contexto com essa sensação de perda. Deve ser muito triste. Um belo poema. "Tímidas mãos que se apagam nas sombras". Um abraço .

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  2. ... Velhas mãos solitárias...

    Abraços

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