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O vaga-lume - Carlos Rodrigues Brandão

A vela do lume dessa ave mínima
ilumina a noite
tre-me-lu-zen-te.
E o desejo vago
de ser vaga-lume
e a luz reluzente
de seu barco errante
sem ilha e sem rumo
acende um luzeiro
assim ... de repente
de luz e de espanto
na alma da gente.

Tudo, todos e o todo - Carlos Rodrigues Brandão

Somos feitos de barro e do fogo
e por isso somos o desejo e o amor.
Fomos feitos de terra e de água
e assim somos eternos como a vida
e somos passageiros como a flor.
Somos a luz a sombra, o claro, a escuridão
a memória de deus, a história e a poesia.
Somos o espaço e o tempo, a casa e a janela
e a noite e o dia, e o sol e o céu e o chão.
Somos o silêncio e o som da vida.
O estudo, a lembrança e o esquecimento.
Somos o medo e o abandono.
A espera somos nós e somos a esperança.
Pois não somos mais e nem menos do que o todo
e nem somos menos e nem mais que tudo.
Somos o perene e o momento, a pedra e o vento
a energia e a paz, a vida criada e o criador.
Somos o mundo que sente, e irmãos da vida
somos a aventura de ser vida e sentimento.
E assim em cada ave que voa há nossa alma,
e em cada ave que morre, a nossa dor.