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Não vás tão docilmente - Dylan Thomas


Não vás tão docilmente nessa noite linda;
Que a velhice arda e brade ao término do dia;
Clama, clama contra o apagar da luz que finda.

Embora o sábio entenda que a treva é bem-vinda
Quando a palavra já perdeu toda a magia,
Não vai tão docilmente nessa noite linda.

O justo, à última onda, ao entrever, ainda,
Seus débeis dons dançando ao verde da baía,
Clama, clama contra o apagar da luz que finda.

O louco que, a sorrir, sofreia o sol e brinda,
Sem saber que o feriu com a sua ousadia,
Não vai tão docilmente nessa noite linda.

O grave, quase cego, ao vislumbrar o fim da
Aurora astral que o seu olhar incendiaria,
Clama, clama contra o apagar da luz que finda.

Assim, meu pai, do alto que nos deslinda
Me abençoa ou maldiz. Rogo-te todavia:
Não vás tão docilmente nessa noite linda.
Clama, clama contra o apagar da luz que finda.


tradução: Augusto de Campos


Um tolo na lua - Dylan Thomas

Minhas lágrimas são como o calmo fluxo
De pétalas de alguma rosa mágica;
E todo o meu pesar flui pelo espaço deixado
Entre céus esquecidos e nevascas.

Creio que, se tivesse tocado o solo,
O faria desmoronar;
Isso é tão triste e bonito,
Tão irresoluto quanto um sonho.