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Balada do poeta vagabundo - Gastón Figueira


Levo pela minha estrada larga
uma balada nos lábios.
Um sorriso nos olhos
e o coração na mão.
Levo pela minha estrada larga
uma balada nos lábios...
— A recordação traz uma dor?
A dor, esqueço-a nos meus cantos.
Levo pela minha estrada larga
a balada que mais amo.
O eco canta, às vezes,
com os seus lábios invisíveis.

— Dança a chuva ou dança o vento?
— Está a tarde ensangüentada?
Como o sorriso nos olhos,
sigo o meu caminho sonhando.
Levo pela minha estrada larga
uma balada nos lábios...

E não importa que te acerques,
solidão do desencanto.
Não hei de te ver porque levo
o coração na mão,
o sorriso nos olhos
e a balada nos lábios...
Como é bom ir pela estrada
com a balada nos lábios,
o sorriso nos olhos,
e o coração na mão!


Lenda indígena de como nasceu o Amazonas - Gastón Figueira

Rio maravilhoso: eu sei como nasceste...
Eu sei que há muitos anos, há milênios,
a Lua e o Sol se amaram...
Mas, para o bem da Terra,
esse nascente amor sacrificaram
...porque, se a Lua e o Sol
algum dia se unissem,
o mundo acabaria inundado
pelas apaixonadas lágrimas da Lua,
ou queimado pelo constante e ardente amor do Sol...
Era, pois, impossível, dolorosa, essa imensa paixão!
À Lua, fraca, sensível,
o carinho arrancaria lágrimas ternas e doces.
O Sol, forte, abrasador,
seus raios aumentaria com o amor.
E o mundo, então, seria todo de Água ou de Fogo,
que jamais podem unir-se...
Por isso, a Lua e o Sol
seu amor sacrificaram:para sempre,
se afastaram, tomando rumos distintos...
E, nessa noite,
a Lua, sozinha, sozinha,
ferida de amor, chorou,
Suas lágrimas caíram na superfície do mar;
mas, também, foi impossível misturar o pranto doce da Lua
com o pranto amargo do mar.
Toda aquela tristeza e toda aquela dor
mudaram-se em beleza..
pois, das lágrimas doces vertidas pela Lua,
grande, maravilhoso,
um rio se formou...


A IMENSA RONDA - GASTÓN FIGUEIRA

Crianças de toda a América:
Sede sempre como irmãos,
Fazei uma imensa ronda,
Uni, uni, uni vossas mãos.
Crianças das três Américas:
Cantai os mais doces cantos,
Crianças de toda a América:
Sede sempre como irmãos.

Crianças de todo o mundo:
Sede sempre como irmãos!
Fazei uma imensa ronda,
Uni, uni vossas mãos.
Crianças do mundo todo:
Cantai os mais doces cantos,
Cantos de paz e concórdia,
Cantos puros como nardos.
Crianças de todo o mundo:
Sede sempre como irmãos!