Mostrando postagens com marcador Tu Fu. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tu Fu. Mostrar todas as postagens

Uma flauta toca - Tu Fu


Múrmura brisa
me traz o som
da flauta clara
lá na montanha enluarada.

Onde haverá
flauta tocada
no coração
que me retorne
ao lar?

De brisa o som
enche-me as salas
tal como o luar
cobre as montanhas
e os vales.

Noite como esta
as hordas bárbaras
no Norte entraram.
E a melodia
me acompanhava
na longa via
em que fugia
até o Sul.

Quando o salgueiro
os ramos pende
na noite fria
nus.

No triste inverno,
como esperar
pelo milagre
de lhe nascerem
folhas?


Poema de Tu Fu a Li Po


Tu escreves como o pássaro canta. Teu gorjeio? Versos.
Se não cantasses, as manhãs seriam menos vermelhas e
os crepúsculos menos azuis.

Quando a embriaguez te inspira,
os imortais inclinam- se das nuvens para te escutarem,
o tempo suspende seu voo,
o bem-amado esquece a bem-amada.

Tu és o Sol e nós, os outros poetas, somos apenas estrelas.

Acolhe, ó meu amigo, o balbucio do meu respeito!

(Tradução de Cecília Meireles)