O circo o menino a vida - Mário Quintana
A moça do arame
Equilibrando a sombrinha
Era de uma beleza instantânea e fulgurante!
A moça do arame ia deslizando e despindo-se.
Lentamente.
Só para judiar.
E eu com os olhos cada vez mais arregalados
Até parecerem dois pires:
Meu tio dizia:
“bobo!”
Não sabes
Que elas sempre trazem uma roupa de malha por baixo?
(Naqueles voluptuosos tempos não havia nem maiôs nem biquínis...)
Sim! Mas toda a deliciante angústia dos meus olhos virgens
Segredava-me
Sempre:
“Quem sabe?”
Eu tinha oito anos e sabia esperar.
Agora não sei esperar mais nada
Desta nem da outra vida.
No entanto
O menino
(que não sei como insiste em não morrer em mim)
ainda e sempre
apesar de tudo
apesar de todas as desesperanças,
o menino
às vezes segreda-me baixinho
“Titio, que sabe?...”
Ah, meu Deus, essas crianças!
Tenho um "Mário Quintana de bolso"...e por isso vivo achando que estou com os bolsos cheios...estou rica...rsss
ResponderExcluirE terás mais... aguarde.
ResponderExcluirBjs