docecomoachuva

Os lábios e as mãos do vento o coração da água um eucalipto o acampamento das nuvens a vida que nasce cada dia a morte que nasce...

Através da noite urbana de pedra e seca o campo entra no meu quarto. Estende braços verdes com pulseiras de pássaros, com fivelas d...

Música: ouço dentro o que vejo fora Vejo dentro o que ouço fora, Sou uma arquitectura de sons instantâneos Sobre um espaço que se desinte...

A água perfura a pedra, o vento dispersa a água, a pedra detém ao vento. Água, vento, pedra. O vento esculpe a pedra, a pedra é taça...

Sou homem: duro pouco... e é enorme a noite. Mas olho para cima: as estrelas escrevem. Sem entender compreendo: Também sou escritura ...

o dia abre sua mão duas nuvens e estas poucas palavras

Chove no mar. Ao mar o que é do mar e que as herdades sequem. A onda não tem forma? Num instante se esculpe, no outro se desmorona à que e...

Palavras? Sim. De ar e perdidas no ar. Deixa que eu me perca entre palavras, deixa que eu seja o ar entre esses lábios, um sopro erram...

Entre partir e ficar hesita o dia, enamorado de sua transparência. A tarde circular é uma baía: em seu quieto vai e vem se move o mundo...

Abro a janela que dá pra nenhuma parte A janela que se abre para dentro O vento levanta instantâneas levíssimas torres de poeira g...

o dia abre a mão três nuvens e estas poucas palavras

Assim como do fundo da música brota uma nota que enquanto vibra cresce e se adelgaça até que noutra música emudece, brota do fun...

De que céu caído, oh insólito, imóvel solitário na onda do tempo? És a duração, o tempo que amadurece num instante enorme, diáfano: flecha n...

Teus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima, silêncio que fala, tempestades sem vento, mar sem ondas, pássaros presos, douradas feras ...