Sobre as muralhas do mar
conversaremos.
Sobre as muralhas do mar, entre areias,
espumas, colunas,
o que passa e o que perdura.
Conversaremos.
Conversaremos de um tempo
que imaginamos.
Que não houve: azuis e verdes
caminhos, destinos, glórias.
Conversaremos.
Os muros do mar são altos.
E esquecemos.
E as perguntas ficam intactas,
não mudadas em respostas.
Como é o som das palavras sobre as ondas?
E um riso de asas, de brisas
de uma alegria selvagem escutaremos.
No longínquo mar das almas.
Não conversaremos.
Lindo poema... Cecília Meireles, sempre oportuna e especialíssima!
ResponderExcluirAbrç