Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as
ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas,
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas
gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as
gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso
espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.