Abre-te terra, Reinventa-te em rosa, Perfuma teu perfume Com esse vinho sempiterno, Última oferenda de teu filho Que foi ave, mão e árvore, Agora flor sem vento Na poeira do vento.
A pata na pétala
de hesitante tremor.
O ódio e a morte
a ferver das funduras
nas bodas da fera.
O amor diante da mira,
nos braços para o ar.
Toda a imagem pura
da manhã desfaz-se.
De esperança tua música,
matar-te não conseguiram.
Tu és o que ressurge
nos galos da aurora,
na ternura dos lírios.
Garcia Lorca tua guitarra
feita de flor no coração
a me prender na lágrima,
a me desprender nos ermos...
O verde de todas as chuvas escorrendo em chão de infância amado nas flores ideais. O verso de todos os ventos brincando na várzea intensa amanho de eterna paz. O verde de todos os pássaros cantando na irmandade dos ares aragem de rações iguais. O verde de todos os sóis iluminando geografias impossíveis, armadura de colheitas matinais.
Carregado de verde nas nuvens molhar o mundo fero e solitário pelos quatro cantos cardeais.