Aqui morava um rei quando eu
menino
Vestia ouro e castanho no
gibão,
Pedra da Sorte sobre meu
Destino,
Pulsava junto ao meu, seu
coração.
Para mim, o seu cantar era
Divino,
Quando ao som da viola e do
bordão,
Cantava com voz rouca, o
Desatino,
O Sangue, o riso e as mortes
do Sertão.
Mas mataram meu pai. Desde
esse dia
Eu me vi, como cego sem meu
guia
Que se foi para o Sol,
transfigurado.
Sua efígie me queima. Eu sou
a presa.
Ele, a brasa que impele ao
Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto
ensanguentado.