Nas praias de todos os mundos se reúnem as crianças.
O infinito céu se tranquiliza sobre suas cabeças;
A água impaciente faz remoinhos.
Nas praias de todos os mundos,
As crianças se reúnem, cantando e bailando.
Fazem castelos de areia e jogam com as conchinhas.
Seus barcos são folhas secas
E os lançam na vasta profundidade marinha,
Sem deixar de sorrir.
As crianças jogam em todas as praias de todos os mundos.
Não sabem nadar e não sabem jogar a rede.
Enquanto o pescador de pérolas se submerge
E o mercanceiro navega em seus navios,
As crianças retiram pedrinhas e as devolvem ao mar.
Não buscam tesouros ocultos e não sabem jogar a rede.
O mar se alvoroça em uma gargalhada
E brilha pálida, a praia em festa.
Ondas assassinas cantam às crianças
Baladas sem sentido,
Igual que uma mãe que balança um berço.
O mar joga com as crianças e
Oferece o pálido sorriso da areia.
Nas praias de todos os mundos se reúnem as crianças.
Deambula pelos céus, sem caminhos, a tempestade
E os barcos naufragam no mar sem rotas.
Anda solta a morte...
E as crianças jogam.
Nas praias de todos os mundos
Se reúnem em uma imensa festa,
Todas as crianças.