Nem os dias longos
me separam da tua imagem.
Abro-a no espelho de
um céu monótono, ou
deixo que a tarde a
prolongue no tédio dos
horizontes. O perfil
cinzento da montanha,
para norte, e a linha
azul do mar, a sul,
dão-lhe a moldura
cujo centro se esvazia
quando, ao dizer o
teu nome, a realidade do
som apaga a ilusão
de um rosto. Então, desejo
o silêncio para que
dele possas renascer,
sombra, e dessa
presença possa abstrair a
tua memória.