Um silêncio desceu, profundo, sobre as águas,
E sem arfar sequer repousa o velho mar;
Entanto o pescador, a ruminar as mágoas,
Volve lasso, em redor, os olhos devagar.
Não há nenhum rumor por mais sutil e brando,
Não há no mar ou no ar vagas nem viração...
— Só existe o silêncio imenso amortalhando
A impassível aquosa e límpida amplidão.
Poemas são como vitrais pintados! Se olharmos da praça para a igreja, Tudo é escuro e sombrio; E é assim que o Senhor Burguês os vê. Ficará agastado? — Que lhe preste!... E agastado fique toda a vida!
Mas — vamos! — vinde vós cá para dentro, Saudai a sagrada capela! De repente tudo é claro de cores: Súbito brilham histórias e ornatos; Sente-se um presságio neste esplendor nobre; Isto, sim, que é pra vós, filhos de Deus! Edificai-vos, regalai os olhos!