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Canção Dolente - Álvaro Moreyra


Salgueiros trêmulos, belos!
meus camaradas tão bons!
vós sois como violoncelos
onde o vento acorda sons…

Melodia dos destinos!
voz do tempo! voz plangente!
Ah! na saudade dos sinos,
canta a saudade da gente…

Corujas de vida obscura!
a vossa sorte me diz
que a verdadeira ventura
é não tentar ser feliz…

A mangueira e o sabiá - Álvaro Moreyra


O sabiá pousou em cima da mangueira e cantou,
cantou uma semana inteira.
Depois foi-se embora, nunca mais voltou.
A mangueira ficou triste, mas toda cheia de mangas.
Mangas tão doces, tão bonitas, a mangueira nunca deu.
Deu agora de saudades, porque a mangueira sofreu...

Quanta mulher-sabiá!
Quanto homem-mangueira!...