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Álvaro Bastos

A cor da argila no telhado,
a agitação da folha na palmeira,
o som de uma pedra que
é atirada num pequeno lago.
Meu mundo tem poucos
endereços, mas a paisagem
é infinita e sempre muda,
dependendo do sol e da lua,
e do meu jeito de olhar
o interior do que chamo vida.


Álvaro Bastos

A noite traz de volta as luzes
que eu seguia quando menino.
Pequenos pontos de cor verde,
vaga-lumes enfeitando sua casa.
Círculos de luz no chão da rua,
dos postes sempre de plantão.

Estrelas, cometas e asteróides,
mistérios brilhantes do firmamento.
A lua que se escondia no telhado,
o reflexo de tudo quando chovia.
E a pequena fresta cor de rosa
que de sua janela me seduzia.



Álvaro Bastos



Tem chuva que se demora,
que chega para ficar,
chuva que se espalha,
marca seu território e
se renova, traçando
pequenos rios na vidraça.
Tem chuva que toma conta
de toda a paisagem,
cada gota que cai
esconde outra que sobe
para ficar no seu lugar.

Álvaro Bastos

Suas palavras são balões soltos no parque,
pipas alaranjadas que recortam o azul
com cauda de samambaia e serpentina.
São notas musicais que bailam nas nuvens,
Desenhos animados de alucinada correria.
São mapas de piratas, tesouros de turmalina,
Poções de feiticeiras doidas e enternecidas,
Encantos que fazem brotar luas e estrelinhas,
Pegadas das folhas de outono no vento,
Florestas de esmeraldas, fogueiras de rubis.
Falam dos nomes e sobrenomes das fadas,
Apelidos de quando os magos ainda eram guris.
São pequenos sinos que dão risadas delicadas,
Têm o som da chuva que balança os trevos,
São douradas como abelhas carregando mel
e preenchem de sonhos os cinco sentidos.