Só quem procura sabe como há
dias
de imensa paz deserta; pelas
ruas
a luz perpassa dividida em
duas:
a luz que pousa nas paredes
frias,
outra que oscila desenhando
estrias
nos corpos ascendentes como
luas
suspensas, vagas,
deslizantes, nuas,
alheias, recortadas e
sombrias.
E nada coexiste. Nenhum gesto
a um gesto corresponde; olhar
nenhum
perfura a placidez, como de
incesto,
de procurar em vão; em vão
desponta
a solidão sem fim, sem nome
algum -
- que mesmo o que se encontra
não se encontra.