Eu ando a caça de palavras aladas
que possam compor versos planadores
e recheados de desimportância.
Palavras-borboleta, conhecedoras
do voo e da metamorfose,
donasde seu destino.
Não desejo aprisionar significâncias.
Se for à noite,
que sejam palavras vaga-lumes
ou de estrelas falantes.
Estou cansado de opacidades,
de seriedades,
do inútil marrom que não sabe sorrir.
Feliz eu ficaria se delas nascesse
um poema com a mesma inutilidade
dos aviõezinhos de papel,
tantas vezes atirados ao vento
bem de lá da minha infância...