Dos bosques o lago azul,
teto de douradas flores,
embala o sonho de um barco
em alvíssimos tremores.
À sua margem passeio,
e esperando-a, espreito;
vê-la surgir de entre as flores
e terna vir ao meu peito.
- Saltemos ao barco, então,
e que as ondas nos alentem,
e deixemos que seus remos
sejam ramos indolentes.
Naveguemos docemente
Sob o clarão do luar;
suspire o vento nos juncos,
ponha-se a água a cantar... -
Mas ela não vem...Sozinho,
debalde sofro de amores,
à margem do lago azul,
teto de douradas flores.