Nos meus poemas não há
pássaros
aflitos dentro dos versos,
bicos metidos entre as rimas
na angústia dos voos livres.
Amo as aves revoluteando no
ar
a liberdade em plena luz,
que não é querer nem cogitar
mas a forma mesma do corpo.
Asas irrequietas receosas
inconstantes buliçosas
o que voam são os olhos
acesos desconfiados
vigilantes
perscrutando inimigos,
vítimas, distâncias,
adivinhando flores antevendo
ninhos.