da memória
desenhado a giz
um menino teima
em brincar
com as sombras
do silêncio.
Quaresmeiras
latejantes de cor
também insistem
em fincar raízes
no que se perdeu.
ao adentrares a brancura
dessa página
folhas e húmus
hão de enredar
o teu nome
o teu passado.
A brancura desse poema
há de mergulhar
a tua voz
nas origens
de todo
esquecimento.
Por entre os muros
da palavra
uma criança teima
em desenhar
na existência
um rosto de chuva
para sempre iluminado.