Os áridos pássaros que mudam as estações
não vieram nunca, embora eu os
esperasse.
Acaso falam os homens do que viram?
Silenciosos são os lábios dos homens.
Grito ou palavra de amor não comovem
as pedras empedernidas pelo tempo.
Eram secos pássaros.
E o céu, que é plumagem, crepita.
Nem nos que voam nem nos que
permanecem.
Não me demorei sobre nenhum pássaro.
Voando, eram a velha canção da
infância morta
para mim, que sempre vi o que não
existe
e eternamente verei o que jamais
existirá.
Em voo, como os anos, a vida, o
tempo...
Nada imaginei que pudesse ser
admitido
pelos que não entendem uma teoria de
pássaros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário