Não importa para onde, não importa para longe de quem
Ó como o mesmo céu sufoca e a mesma ventura mata!
Abandonar o corpo gasto de sol e a alma gasta de sono
Raspar os velhos sapatos na branca soleira da casa do tédio
E surgir como um animal morno de silencioso passo.
Nada a conhecer... Sim, são verdes as montanhas
E quanta vaga expiação deixam os livros no pensamento
E acima de tudo existe Deus serenamente inacessível.
Mas viver, ah, viver é doloroso, é incompreensível
Não se sabe quando!... não se sabe nunca... e quando sabe-se
É para receber o golpe mortal da tragédia no mais fundo.
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