É mais fácil pousar o ouvido nas nuvens
e sentir passar as estrelas
do que prendê-lo à terra
e alcançar o rumor dos teus passos.
É mais fácil, também, debruçar os olhos no oceano
e assistir, lá no fundo, ao nascimento mudo das formas,
que desejar que apareças,
criando com teu simples gesto
o sinal de uma eterna esperança.
Não me interessam mais nem as estrelas,
nem as formas do mar,
nem tu.
Desenrolei de dentro do tempo a minha canção:
não tenho inveja às cigarras:
também vou morrer de cantar.
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