Pôr - do - Sol - J.G.de Araujo Jorge

Pelo vão da janela escancarada
Tenho os olhos pousados no horizonte,
Até que atrás da serra o luar desponte
Na noite só de estrelas pontilhada...

Lá em baixo – como a fita de uma estrada
Sob a arcada mourisca de uma ponte,
As águas cristalinas de uma fonte
São o espelho da tarde iluminada...

Há chilreios na sombra do arvoredo
E no ouvido das árvores, passando,
O vento diz baixinho algum segredo...

Multiplicam-se as sombras nas quebradas
E as nuvens lembram na distância, um bando
De pétalas de luz, ensanguentadas!

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