Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
dentro de um foguetão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
numa casa de Hanói ontem bombardeada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para ter amanhã a suspeita que existe
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Tem no ano dois mil a idade de Cristo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
e anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para nos vir pedir contas do nosso tempo
Poema muito belo de um poeta quase esquecido.
ResponderExcluirBom Natal!
O falcão
Obrigada.
ResponderExcluirPra você também um Feliz Natal!
Nádia
Nunca é demais recordar David Mourão Ferreira,grande Poeta...
ResponderExcluirAo autor deste blog,duas palavras
Obrigada.
Bom Natal.
Feliz Natal, Isabel!
ResponderExcluirAgradeço pelas palavras carinhosas.
Abraço :)