
Encontro-me em pedaços pelo mundo
o pé direito subindo os edifícios
a mão esquerda a exigir amor.
Nos cabelos já nasciam flores
e grandes frutos pendiam de meus olhos.
Minha boca era mar
e o sangue, fonte rubra
de onde manavam as palavras.
Os dentes mastigavam nuvens
o azul invadiu meu coração.
Me fiz maior do que sou
deslimitei as fronteiras.
Fiz do sexo sementes:
o vento se incumbiu de me plantá-las.
Jamais serei somente mim:
se morro nas montanhas
recrio-me nos vales.
Quem repartiu as entranhas
não conhece o fim.
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