Penso agora nos mortos que não têm nome,
nos vivos que não têm nome;
Penso agora naqueles que vieram cedo demais
e se cansaram,
e naqueles que chegaram depois
que todas as portas já estavam fechadas.
Penso agora na sede do homem desesperado
que se deixou ficar no deserto;
nos que lutaram inutilmente
por caminhos que não levaram a nada;
nos que se calaram, porque compreenderam,
e nos que disseram todas as palavras
e não foram compreendidos.
Por que foi que, de repente,
todas as vidas se somaram
para me envolver neste momento?
Meu coração se multiplica:
agora é apenas meu coração
que está palpitando no mundo.
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