Camponês, plantas o grão
no escuro - e nasce um clarão.
Quero chamar-te de irmão.
De noite, comendo o pão,
sinto o gosto dessa aurora
que te desponta da mão.
Fazes de sombras um facho
de luz para a multidão.
És um claro companheiro
mas vives na escuridão.
Quero chamar-te de irmão.
E enquanto não chega o dia
em que o chão se abra em reinado
de trabalho e de alegria,
cantando juntos, ergamos
a arma do amor em ação.
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