você nasce
contempla atribulado
o vermelho azul do céu
o pássaro que emigra
o primitivo besouro
que seu sapato esmagará
valente
você sofre
reclama por comida
e por costume
por obrigação
chora limpo de culpas
extenuado
até que o sono o desmorone
você ama
se transfigura e ama
por uma eternidade tão provisória
que até o orgulho se torna terno
e o coração profético
se converte em escombros
você aprende
e usa o aprendido
para tornar-se lentamente sábio
para saber que no fim o mundo é isto
em seu melhor momento uma nostalgia
em seu pior momento um desamparo
e sempre sempre
uma confusão
então
você morre.
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