Noturno - Mário Quintana


Tudo ficou mais leve no escuro da casa.
As escadas pararam de repente no ar
Mas os anjos sonâmbulos continuam
subindo os degraus truncados.
Atravessando o espelho como se entrassem
numa outra sala
O sonho vai devorando os sapatos
Os pés da cama
O tempo
Vovó resmunga qualquer coisa no fim
do século passado.

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