Verde - Henriqueta Lisboa



É verde a vida que se escoa
dos alvéolos da primavera
É verde o fruto que não doa
verdor a quem desespera

Estala o verde do vergel
em longos talos dobradiços
para mesclar-se no aranzel
que vai do avesso à superfície

A lua verde com o susto
o logro o oposto a falência
o rosto verde à luz da lua
da demência.

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