Bailarina fui
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado
Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também direi:
"Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida."
Nossa Nádia, como você encontra tanta preciosidade. Acho que você tem um baú... Joia raríssima este poema de Sofia de Mello. Acho que todos nós na própria história de vida, perdemos algo, por algum instante, por algum motivo, por fecharmos portas, na tentativa de abrir outras. Incertezas da juventude, que sem horizonte ou em busca de horizontes caminhou ocioso por algum tempo. A poesia de Arthur Rimbaud a quem se refere a autora também é muito profunda. Fui pesquisar por que me encantei. bjs.
ResponderExcluirobrigada.
Fico feliz com seu deleite, Lourdinha.
ResponderExcluirObrigada por sua presença e seu carinho!
Estou com pouco tempo para postar e para as visitas aos blogs sempre presentes.
Bom final de semana!
Beijos :)