As nuvens são cabelos
crescendo como rios;
são gestos brancos
da cantora muda;
São estátuas em voo
à beira de um mar;
a flora e a fauna leves
de países de vento;
São o olho pintado
escorrendo imóvel;
a mulher que se debruça
nas varandas do sono;
São a morte (a espera da)
atrás dos olhos fechados
a medicina, branca!
Nossos dias brancos.
João Cabral de Melo Neto. Gosto muitíssimo. Qdo ainda lecionava, possuía nos livros, muitos poemas dele. Agora já não tenho mais e o meu preferido dele é, se não me falha a memória: "Tecendo o amanhã" Tanto gostava que fiz para um grande amigo um cartão de Natal, com colagens e escrevi nele esse poema, qual foi minha surpresa, qdo ao visitá-lo, anos depois, o cartão com o poema havia virado um quadro. Fiquei emocionadíssima. Perdi o poema e esse amigo está se perdendo da minha memória, pela falta da presença, pela distância. Abração!
ResponderExcluirLindo o que você escreveu, Maria Luiza!
ResponderExcluirTenho aqui no blog o poema "Tecendo a manhã". Foi postado em abril de 2010, assim você reencontra o poema e quem sabe possa reencontrar também o amigo.
Abraços :)