O passageiro clandestino - Mário Quintana

No porta-malas do meu automóvel
levo o anjo escondido...
Quando chegamos a um descampado,
ele sai lá de dentro, distende as asas, belo como a
[Vitória de Samotrácia...
e eu, então, nos seus ombros, dou uma longa
[volta, pelos céus da cidade,
porém temos logo de regressar a nossos antros de
[cimento
— antes que a serenata dos sapos, mais uma vez,
venha cantar, à beira dos banhados,
à nossa modesta aventura de um domingo burguês.

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