Soneto da transfiguração - Odylo Costa, Filho



Quero as ilhas no mar amanhecendo
- garças verdes nas águas se deitando -
e os rios em que o barro vai descendo
e o choro humano que vão carreando.

Quero as estradas que mal vão nascendo
e os matos que no sol vão secando.
Quero os olhos de outrora renascendo,
quero a vida de agora despontando.

Tudo sonho reter na mão cansada.
Feito o menino que encontrou um ninho
jogado ao chão, na beira do caminho,

e o quer salvar da força da enxurrada,
e o que resta de mim vendo trazer
para transfigurar-se no teu ser.

Um comentário:

  1. Oi Nádia! Lindo esse poema, não conhecia nenhum trabalho de Odylo C. Filho! Adorei a parte: "Quero os olhos de outrora renascendo,
    quero a vida de agora despontando." Obrigado pelo comentário carinhoso, postei o final do Conto! Passa lá e me diga o que achou! Bjs e bye

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