As borboletas brancas - Cecília Meireles
As borboletas brancas
de vida tão breve
fogem duas a duas
entre o azul e o verde.
Tão paralelamente
e tão iguais de longe
(uma é a outra, uma é a outra...).
Ambas da mesma forma
e do mesmo tamanho,
ambas com o mesmo ritmo.
(uma é a outra, uma é a outra...).
O ar sustenta-as nos ares,
o ar separa-as nos ares,
como um reflexo na água,
uma é a outra, uma é a outra.
Flores de duas pétalas,
logo de quatro, de oito...
(uma e outra, uma e outra...).
Cada uma agora é dupla,
todas duas são uma...
chegam, juntam-se,afastam-se,
vêm, afastam-se, fogem...
... entre o azul e o verde
todas brancas desfolham-se...
( uma é a outra, uma é a outra...)
e passam de uma a outra,
e depois de uma e de outra
apenas são nenhuma.
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Cecília Meireles
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Lindo poema de Cecília Meireles!
ResponderExcluirGd beijo
Olá, em qual livro está esse poema?
ResponderExcluirFoi retirado de um livro didático há alguns anos, por isso não tenho como lhe indicar o autor do livro.
ResponderExcluirObrigada, Nádia. Está em As Palavras Voam, org. por Bartolomeu Campos de Queirós; Consegui achar.
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