A rosa branca sorria
a vermelha te chamava
na chama do meio-dia.
O jardim se abria em cores
mas nos canteiros de sombra
avencas tristes dormiam.
Ó Menina o que viveste
no sobressalto do dia?
Tinhas na mão a tesoura
no gesto grande ousadia
de colher aquela rosa.
Não te chamara impaciente
estilhaçando a janela
com seu grito de alegria?
Veio o vento de repente
no alto o céu refulgia.
Gritaste de dor e medo:
uma gota incandescia
no teu dedo junto à pétala.
Feriu-te o espinho Menina
ou o dente da tesoura
quando essa rosa colhias?
Brancas ficaram as flores
do susto que te feria.
Ai Menina o que dissera
a voz do vento estrangeiro
à rosa que estremecia?
(O céu azul se calava)
Viste o teu Jardim de Dores
muito além daquele dia.
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