Penso em ti no silêncio da noite - Álvaro de Campos
Penso em ti no silêncio da noite, quando tudo é nada,
E os ruídos que há no silêncio são o próprio silêncio,
Então, sozinho de mim, passageiro parado
De uma viagem em Deus, inutilmente penso em ti.
Todo o passado, em que foste um momento eterno
E como este silêncio de tudo.
Todo o perdido, em que foste o que mais perdi,
É como estes ruídos,
Todo o inútil, em que foste o que não houvera de ser
É como o nada por ser neste silêncio nocturno.
Tenho visto morrer, ou ouvido que morrem,
Quantos amei ou conheci,
Tenho visto não saber mais nada deles de tantos que foram
Comigo, e pouco importa se foi um homem ou uma conversa;
Ou um [...] assustado e mudo,
E o mundo hoje para mim é um cemitério de noite
Branco e negro de campas e [...] e de luar alheio
E é neste sossego absurdo de mim e de tudo que penso em ti.
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Fernando Pessoa
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Pessoa é maravilhoso!!!
ResponderExcluirParabéns pelo poético espaço!
Beijos da Macabéa
É neste sossego que muitas vezes nos encontramos e nos escrevemos.
ResponderExcluirbom fim de semana minha amiga
beijinho
oa.s
Lindo Poema.Quisera eu escrever tão lindo assim.Bom Domingo Nádia.
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