Perseverança - Flora Figueiredo



Sofro pela espera longa e infundada,
pela flecha que saiu sem dar em nada,
pelo remo que quebrou sem navegar,
pela rocha que tombou, partiu-se ao meio
e brotou pedras onde eu quis colher centeio,
pela manhã que amanheceu sem se deitar.

Escuto a cotovia que insinua
que o cravo morreu, mas a terra continua.

Bendigo o chão por cada grão e me comovo.
Parto de novo.

Um comentário:

  1. Olá, amiga
    Iuuuuhhh! Acho que estou conseguindo driblar o gmail. Entrei com a conta do yahoo.
    Poema maravilhoso! É como se eu me visse por dentro...
    Obrigada.
    Bjim

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